Entrevista a Fernando Romana, COO da Galucho
Atlântica: 1) Pode partilhar a sua ideia, como surgiu esta parceria entre a Galucho e a Atlântica e o desafio que nos colocou há 3 anos?
FR – Galucho: A parceria surge precisamente por termos entendido que a Atlântica estava a apostar em formações académicas de nível superior focadas no mercado de trabalho e no desenvolvimento de competências das pessoas, conseguimos entender isso através da leitura de uma entrevista do Reitor, isto por um lado, por outro prisma, a empresa necessitava de desenvolver as capacidades de Engenharia e de Gestão de alguns dos seus quadros, com níveis elevados de experiência e que necessitavam de consolidação de conceitos, mais uma vez a Universidade parecia, como conseguiu, responder a esse desafio.
Atlântica: 2) Explique-nos a estratégia de então da Empresa Galucho de qualificar as suas pessoas, os seus quadros, de modernizar e inovar, como surgiu o lean, entre outras apostas.
FR – Galucho: O plano estratégico da altura tinha como grandes prioridades o desenvolvimento dos recursos humanos e o incremento das capacidades de inovação, associados, ás competências de Gestão e Engenharia, que fizeram mais uma vez aproximar as duas organizações, surgindo e porque sempre necessitamos de consolidar sistemicamente os processos e modelos, a filosofia de Gestão LEAN, como modelo adotado, através da formação das pessoas numa Pós-Graduação em parceria com a LEAN Academy de Portugal.
Atlântica: 3) E como foi a contrapartida que deram aos trabalhadores? Sabemos que a parceria permitiu ajustar horários, flexibilizar calendários e adequar conteúdos, sempre mantendo a exigência que preconiza o ensino superior e a qualidade de ensino com que a Atlântica se destaca…
FR – Galucho: Neste ponto a flexibilidade de pensamento e atuação da Universidade foram de crucial importância, sendo que o esforço conjunto das duas instituições permitiu ajustar os tempos de trabalho e ensino, tendo sempre presentes a heterogeneidade das turmas, em que os estudantes puderam desenhar os seus cursos de 3 anos para 4 e 4,5, permitindo assim a manutenção de um equilíbrio entre o desempenho laboral e académico. Sob o ponto de vista orçamental foram mantidas participações nas propinas, ajustando o orçamento de formação entre formação profissional e académica.
Atlântica: 4) Destacava também a oportunidade que foi dada a pessoas que já não estudavam há anos e que não pensavam já vir a tirar uma licenciatura.
FR – Galucho: Os nosso quadros mais qualificados academicamente suportaram e ajudaram bastante os estudantes trabalhadores enquanto que também aqui a universidade consegue desenvolver cursos de curta duração de adaptação e preparação para o desafio da licenciatura.
Atlântica: 5) Os resultados alcançados satisfazem?
FR – Galucho: Neste momento estamos satisfeitos qualitativamente, sob o ponto de vista económico, iremos acompanhar ao longo de algum tempo, o que sabemos é que a satisfação é de tal ordem, que já temos estudantes que terminaram a licenciatura interessados nos cursos de Mestrado.
Atlântica: 6) E já houve progressão na carreira ou reconversão profissional?
FR – Galucho: Colocamos aqui duas situações, sim algumas melhorias de função e condições e também melhor desempenho de algumas funções, uma vez que a nossa participação nos cursos da Universidade se situam com maior incidência nas licenciaturas de engenharia, mestrado em gestão e pós-graduação LEAN.
Um outro aspeto importante tem sido a participação conjunta em programas de investigação e desenvolvimento relacionados com a possível utilização de materiais compostos, considerando aqui a ligação entre a Atlântica e a Carbures, bem como, o aproveitamento dos trabalhos de fim de curso dos estudantes proporcionando a verdadeira aproximação Empresa/Universidade.
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