Um país sempre em crise? Este é o país em que vivemos!

O progresso económico não tem sido uniforme em todo o continente europeu. Há países, como Portugal, que têm muita dificuldade em se desenvolver. A política e a economia não ocupam o primeiro lugar na lista de prioridades. A família e o trabalho são considerados mais importantes pelos adultos, o que é um reflexo direto da maneira como as pessoas relacionam as diferentes
atividades das suas vidas diárias. Neste cenário temos uma enorme necessidade de revitalização do interesse das pessoas na vida política e económica, sobretudo associado ao facto das pessoas sentirem que o seu voto é muito importante e pode fazer a diferença.

O desgaste emocional, a solidão e a imagem pública do político

Qualquer pessoa em todas as fases do ciclo da vida pode sofrer de isolamento social. Contudo, as pessoas podem estar acompanhadas, mas sentirem a solidão. A existência de harmonia familiar bem como uma boa autoestima são fatores que podem ajudar a evitar a solidão e o isolamento. É importante ter um porto de abrigo na família. Pode sentir-se isolado, ainda que esteja no meio de uma multidão de pessoas. Tristeza é viver em solidão.
A solidão pode ser disfarçada quando a vida permite alguns apontamentos de generosidade ou de popularidade. Porém a ilusão de que se é muito popular esfuma-se quando se volta a estar sozinho e então percebe-se que esse é o período mais difícil. É nestas fases que se constata que a nossa única companhia é a solidão.
No Natal, algumas famílias esforçam-se para garantir que todos sejam incluídos, é por isso que convidam também os amigos para participarem nas reuniões familiares, caso saibam que eles podem não ter companhia.
Mas, no Verão, quando todos viajam de férias, quem se sente só pode sentir-se deixado para trás. Então, talvez seja necessário começar a pensar que há quem sinta solidão durante o ano todo.

Segundo a opinião de Helena Matos sobre o Presidente da República, em 07 maio 2023- OBSERVADOR: ”Marcelo, o homem político mais só de Portugal”. “Ninguém espera este homem em casa? – perguntava-me ao ver a patética errância de Marcelo Rebelo de Sousa entre o palácio de Belém, o restaurante e a geladaria.”

Marcelo não tem fiéis, não tem partido, não tem uma corte, não tem uma tribo. Nem sequer uma casa com uma família a que voltar à noite e também por isso se entretém nos momentos difíceis a dar voltas, qual adolescente, para se fazer encontrado.
A imensa solidão daquele que é o político mais popular de Portugal tornou-se palpável nestes dias de crise. De repente todos aqueles cenários que Marcelo, por artes quase mágicas, fazia e refazia diante dos jornalistas foram desfeitos por António Costa. https://observador.pt/opiniao/marcelo-ohomem-politico-mais-so-de-portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa: “O meu Natal vai ter confusão e solidão”.
Presidente lamenta passar a data sem o filho mais velho e os netos.
“Tirando o curto período de jantar com a minha filha, os meus irmãos e sobrinhos, já preenchi o meu tempo”, avançou ao CM. A agenda já está definida: “Vou a uma IPSS [Instituição Particular de Solidariedade Social] amanhã [hoje], depois à ginjinha no Barreiro. A seguir, ao Hospital de São João, no Porto. Antes, tenho um encontro com imigrantes no meio do continente”. O Presidente anda “de um lado para o outro, no Sul, Centro e Norte”. “Quando chegar ao fim do Natal, isto é, dia 26 de madrugada estarei exausto, mas feliz”.
Antes de servido o almoço – frango com batatas – Marcelo voltou a dirigir-se aos participantes.
“Sentimo-nos hoje mais unidos, menos sozinhos. Um bom Natal para todos”. Beatriz Ferreira. 23 de Dezembro de 2018.  https://www.cmjornal.pt/politica/detalhe/marcelo-rebelo-de-sousa-o-meu.

Segundo a opinião de Santana Lopes, Marcelo fala muito? “Demais” e prejudica o “funcionamento das instituições”

“Gostava de sublinhar aqui a questão, presente nos últimos tempos, da cadência de declarações do Presidente da República. Deve fazer uma reflexão, com ele próprio. Fala muito demais. Houve um período durante o qual se achou graça, eu nunca achei, confesso. O que é que os anteriores Presidentes, nomeadamente os que estão vivos, Cavaco Silva e Ramalho Eanes, pensarão quando veem um Presidente da República a falar tanta vez, em todo o lado, a propósito de tudo. Todos nós sentíamos, pelo menos, que não era costume, mas neste momento considero que, além de não ser costume, prejudica o funcionamento das instituições, do sistema político e da democracia em Portugal. Mais tarde ou mais cedo dava asneira”, defendeu à TSF Pedro Santana Lopes. Rita Costa com Cátia Carmo; 2022 Outubro 12. https://www.tsf.pt/portugal/politica/marcelo-fala-muitodemais.

Segundo a opinião de António Galamba (opiniao@newsplex.pt; 2020JAN13) “Ter um Presidente da República que afetuosamente fala sobre tudo e diz uma coisa e o seu contrário, por vezes em campos que são da órbita de outros, pode ser tolerado por via da dimensão do seu nível de notoriedade e popularidade, mas não é aceitável do ponto de vista institucional. ”Só o silêncio não se gastou. “Já gastámos as palavras pela rua (…)” https://www.nossapoesia.com/poema/adeus-eugenio-andrade. Verdade seja dita: o PR pode não dissolver a assembleia mas o país lá se vai dissolvendo, lá se vai diluindo até à dissipação final. Enquanto se esfarela a credibilidade das instituições, da própria democracia, e do Estado em si mesmo; enquanto se propagandeiam as melhorias da economia para os ricos e sobem os lucros pornográficos da banca, o povo sofre duro sem conseguir pagar comida e casa. https://www.dn.pt/edicao-do-dia/21-mai-2023/politi-poleiros-16390103.ht…Joana Amaral Dias; 2023Maio21

Costa e Marcelo. “Falam, falam e não os vejo a fazer nada”

Quando um primeiro-ministro responde a um Presidente da República, evocando um sketch de um dos humoristas mais conhecidos do país, o que pensar? É caso para dizer, no mínimo, que já não fazem cerimónia. É caso para dizer, no máximo, que a relação nunca foi tão tensa. Quando um primeiro-ministro responde a um Presidente da República, evocando um sketch de um dos humoristas mais conhecidos do país, o que pensar? https://www.publico.pt/2023/03/23/politica/opiniao/falam-falam-nao-vejo-nada2043576. Helena Pereira. 2023 de Março de 23. A erosão da popularidade ao longo de mandatos consecutivos no poder. Os governantes beneficiam de um estado de graça imediatamente após as eleições, mas há erosão da popularidade ao longo de mandatos consecutivos no poder. Governar tem custos em termos de popularidade que se traduzem no desgaste da imagem dos próprios e também do País. Isto porque os eleitores portugueses não têm grande conhecimento sobre a eficácia das políticas adotadas ou anunciadas, nem sobre qual a melhor política que deveria ser seguida. A realidade demonstra frequentemente que são feitas promessas em períodos de campanha eleitoral que não são depois cumpridas. O reduzido nível educacional da população portuguesa- quando comparado com os restantes países da União Europeia ou mesmo da O.C.D.E.- impede-a de interpretar as falsas promessas.

O país a degradar-se

Alguns países ou regiões têm capacidades e conhecimentos para produzirem e ganharem riqueza. O seu desenvolvimento está vinculado à subsistência e expansão económica de forma a garantir o bem-estar, e a sua prosperidade é mantida e responde às necessidades pessoais e sociais. Os países desenvolvidos têm um produto interno bruto (PIB) elevado devido à produção e comercialização de bens e serviços. Portugal não tem PIB elevado. Tem necessidade urgente de crescimento sustentado. O sucesso só pode ser alcançado com o crescimento económico e o desenvolvimento humano e social.
É fundamental assegurar um crescimento suportado em aumentos da produtividade e do emprego. Para isso acontecer três aspetos são importantes:

  • Evitar o desemprego ou o aumento do emprego de baixa qualificação;
  • Garantir que os mecanismos de requalificação dos trabalhadores são eficientes e que o emprego criado é economicamente sustentável;
  • Reforçar o tecido produtivo de bens e serviços, e melhorar o padrão de especialização da economia portuguesa centrando-se na procura externa e no investimento de bens e serviços transacionáveis de maior valor acrescentado.

Otimizar a utilização da capacidade produtiva instalada significa que se deve tirar partido do investimento já realizado para aumentar a produção e realizar a procura de novos mercados e de novos clientes. Nos setores produtores de bens transacionáveis é essencial continuar a redirecionar a produção para os mercados externos. Na área dos serviços, a utilização da capacidade instalada deverá ser potenciada através da prestação de serviços a não residentes. No setor do turismo é preciso conceber uma abordagem que aumente e melhore a capacidade da oferta e que garanta, ao longo de todo o ano, uma elevada taxa de utilização da capacidade instalada. A história lembra-nos que Portugal não pode, nem deve assentar, a sua esperança de sobrevivência num só ponto de fuga. Devemos estar sempre, estrategicamente, a ponderar diversificar as possibilidades de abrir novas capacidades para nos viabilizarmos enquanto país.
Portugal tem sido um país-sempre-em-crise, contudo tem tido os seus períodos de alguma prosperidade numa espécie de intervalos entre crises. Os efeitos de uma expansão do turismo.
Os efeitos de uma expansão do turismo na acumulação de capital, emprego, bem-estar, e alocação de recursos entre os setores de turismo e da indústria deve utilizar um modelo dinâmico de equilíbrio geral para uma economia aberta ao turismo. Os resultados indicam que um acréscimo de procura na atividade do turismo conduz ao aumento dos preços de bens não transacionáveis, provocando a deslocação de recursos de outras atividades em favor da produção destes bens, o que culminará no efeito de desindustrialização. São principais exemplos de bens não transacionáveis a maior parte dos serviços prestados a particulares, ou seja, o fornecimento de bens públicos tais como o saneamento, a iluminação pública ou o fornecimento domiciliário de água. De facto, verificam-se vários obstáculos que limitam o crescimento das empresas portuguesas. Salienta-se a fraca qualidade de gestão que se traduz numa ausência de estratégia, de organização e de outros conhecimentos para acompanhar os mercados e a inovação. Esta condição limita a possibilidade de otimizar processos, de captar recursos humanos qualificados para afirmação em mercados externos, e condiciona a capacidade das empresas para acompanharem a inovação tecnológica. É assim que ficam limitados os ganhos de produtividade da economia portuguesa.

Alerta para todos os cidadãos honestos. Há políticos suspeitos de corrupção em Portugal.

A corrupção é considerada uma das principais ameaças aos Estados de direito democrático pois prejudica a economia, mina a relação de confiança entre cidadãos e governantes, abala a credibilidade no sistema político e nas instituições, e gera desigualdade social. Revela ainda a falta de sentido institucional na gestão dos assuntos de Estado. Considera-se que as características de honestidade não demonstraram garantir que uma pessoa continuará agindo de forma honesta à medida que conquista mais poder. BENDAHAN, Samuel et al. Leader corruption depends on power and testosterone. The Leadership Quarterly, [s.l.], v. 26, n. 2, p.101-122, abr. 2015. Elsevier BV. Quem paga subornos procura recuperar o seu dinheiro inflacionando preços, faturando trabalhos não realizados, não cumprindo normas contratualizadas, reduzindo a qualidade dos trabalhos e usando materiais de qualidade inferior. A vergonha, a culpa, o embaraço e a arrogância funcionam como um barómetro moral e emocional e geram uma rejeição social e moral. Quando se manifesta na classe política a vergonha é vista como um sentimento mais público na sequência da exposição e da desaprovação relativas às ilegalidades. A culpa, por outro lado, é vista como uma experiência mais privada, que surge da consciência. A vergonha e a culpa são emoções distintas, com implicações diferentes para os comportamentos morais. Quem se comporta de maneira corrupta não está preocupado em infringir os princípios da vergonha e da culpa. “Portugal sempre foi um país extremamente corrupto. E foi-o historicamente muito mais do que hoje será. Porém, a ideia dos últimos anos de erigir o fenómeno corruptivo, no seu mais lato sentido, como uma realidade de dimensões titânicas, é fundamental para granjear a simpatia do público por parte das instâncias formais de controlo, sendo também a melhor maneira de garantir um constante aumento dos fundos disponibilizados ao “exército do bem”! Há que não esquecer que quem distribui os fundos não só tem medo de ser vítima de investigações, ainda que infundadas, como não pode publicamente aparecer como um grupo que acoberta ou até facilita o fenómeno corruptivo“, referiu Paulo Saragoça da Matta, advogado penalista e sócio da DLA Piper. Poder: há 191 políticos a braços com a Justiça desde 2017
Catarina Guerreiro | Henrique Magalhães Claudino

Desde 2017, foram, pelo menos, 191 os políticos e detentores de cargos públicos em Portugal que acabaram constituídos arguidos ou acusados pela Justiça. Do total, 133 foram autarcas, 33 deputados e 25 membros de governos. Entre estes últimos há um primeiro-ministro, 11 ministros e 13 secretários de Estado. Os dados recolhidos pela CNN Portugal tiveram como base informação que foi publicada e noticiada, elementos divulgados pelo Ministério Público ou pela Polícia Judiciária e dados obtidos com vários elementos da defesa dos arguidos. A lista, com os 191 nomes, diz respeito a casos em que foram constituídos arguidos ou acusados de qualquer crime entre 2017 e 2023. Ou seja, em quase seis anos. Catarina Guerreiro; Henrique Magalhães Claudino. https://cnnportugal.iol.pt/arguidos/politicos-najustica/poder-ha-191…

Em Portugal pode existir um perigo real de passar a ideia de que os comportamentos erráticos se reproduzam.

JOÃO ALEXANDRE COELHO – Doutorado em Administração Pública (especialização em Contabilidade),
12/06/2023

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