Um olhar sobre a Osteopatia

Como forma de celebrar o Dia Mundial da Osteopatia, que se assinala esta quinta-feira, dia 22 de junho, entrevistámos o Professor Doutor João Paulo Moita, Osteopata e coordenador da licenciatura em Osteopatia da ESSATLA. O especialista analisa esta área da saúde e refere quais os principais desafios que enfrenta.

Nome: João Moita

Cargo: Osteopata e coordenador da Licenciatura em Osteopatia da ESSATLA

Como vê o crescente interesse que se tem verificado nos últimos anos em relação à Osteopatia?

J.M.–Com bastante entusiasmo! O crescente interesse e procura é, sem dúvida, um indicador de que estamos no caminho certo. O facto da profissão se encontrar totalmente regulada em Portugal, e o acesso à mesma ser efetuado por via de uma licenciatura de quatro anos, permite estabelecerlaços de confiança,quer para os pacientes que nos procuram, quer para os outros profissionais de saúde com os quais trabalhamos. À semelhança do que aconteceu com outros países, a regulamentação da profissão permitiu que começasse a haver uma confiança na profissão como um todo em vez de só no Osteopata de forma individual. A aposta num ensino superior de qualidade permite que sejam criadas bases sólidas para essa legitimidade.

Quais os benefícios de um acompanhamento regular e preventivo por parte de um profissional de Osteopatia?

J.M. – Um acompanhamento regular pode ajudar numa manutenção mais otimizada da saúde geral e do bem-estar, sobretudo na presença de alguns casos de dor com representação musculoesquelética. De acordo com estudos recentes, a Osteopatia tem demonstrado ser uma abordagem terapêutica ecológica, efetiva e segura no tratamento da dor e no melhorar da capacidade funcional. Tem áreas de atuação diferenciadas desde a Pediatria até às populações seniores.

Quais os principais mitos que persistem em relação à Osteopatia?

J.M. – Infelizmente, ainda existem muitas fantasias e mitos perpetuados pelas crenças populares e pela desinformação. Os clássicos são “os ossos fora do sítio”; “os desalinhamentos posturais”; “os músculos com nós ou os tendões fora do lugar”; entre muitos outros. Esperamos, através da ciência, combater essa mitologia e promover cada vez mais uma prática informada e baseada na evidência.

A ESSATLA tem trilhado um caminho sólido na área da Osteopatia. O que destaca?

J.M. – Destaco um corpo docente altamente qualificado, sempre empenhado em evoluir, constituído por Osteopatas doutorados que investigam e publicam regularmente, e especialistas com mais de 20 anos de experiência clínica. As características únicas dos vários locais de estágio são, sem dúvida, também uma área a destacar. No terceiro ano do curso, os alunos têm oportunidade fazer horas de estágio em bloco de cirurgia na especialidade de Ortopedia, o que promove uma experiência única na formação em Osteopatia em Portugal, aproximando-os da realidade de muitas condições ortopédicas que chegam às consultas de Osteopatia. Além da Clínica Universitária, onde os alunos prestam cuidados de saúde à comunidade no âmbito da prática Osteopática, oferecemos também, no nosso plano curricular de estágios, a possibilidade de estagiar em ambientes tão diferenciados como o desporto de alta competição, o ensino artístico pré-profissional para formação de bailarinos e populações especiais com deficiência motora e/ ou cognitiva. Ao ter contacto com todas estas realidades, acreditamos que os nossos alunos terão uma visão mais integrativa da Osteopatia nos cuidados de saúde atuais.

Neste Dia Mundial do Osteopata, e enquanto profissional, que mensagem gostaria de deixar a quem se cruza com a área, quer seja enquanto doente, como estudante ou cidadão comum?

J.M. – A Osteopatia é uma área de cuidados de saúde complementares centrada na pessoa que, nos últimos dez anos, tem tido uma evolução bastante significativa, desenvolvendo novos modelos de abordagem ao paciente, através de uma prática baseada na evidência, apoiada num conjunto de resultados já bastante expressivos dentro das suas áreas de intervenção. É já, por exemplo, uma das áreas de intervenção primárias que consta nas principais diretrizes mundiais para o tratamento de dor lombar e cervical. Para todos aqueles que desejem abraçar uma profissão de saúde em desenvolvimento, focada na saúde e no bem-estar do próximo espero que abracem a Osteopatia e ajudem a construir o caminho do futuro através da ciência!

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *